jogue agora [9]

Anika: Ah. Certo. Obrigada. *Dobrei o papel e o coloquei em cima do criado ao meu lado*

Johann: *Dei um beijo de leve em sua testa* Até mais. *Me afastei, acenei e saí do quarto*

Anika: *Acenei de leve até ele sair, então fiquei a fitar vagamente para a porta do quarto por uns minutos, antes de levantar a seguir para o banheiro*

Johann: *Fui para o banheiro do corredor e imediatamente enchi a banheira*

Anika: *Ao entrar no banheiro, eu liguei o chuveiro e entrei no box, começando a esfregar o meu corpo que, de certa forma, estava um pouco dolorido*

Claude: * Já havia acordado, e optou por permitir que Jasper continuasse a dormir.
Serelepava pela casa, trajando o mais másculo de seus pijamas. Compunha-se por um short cor-de-rosa curtíssimo e uma blusinha de mesma cor, que mal cobria-lhe a barriga.* Eu acho que não fará mal algum, se a criança confundir a mãe com o pai.

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Heike: * Toda esticada no colchão, ela derrubou Alexis.*

Alexis:

AV: *Peguei minha toalha e fui tomar um banho*

Rodrik: *Levei dois pratos de ovos mexidos até o quarto e uma mamadeira para Alexis. Avistei a criança no chão e deixei as coisas sobre a cama* Já acordam com a macaca? *Coloque-o-a na cama e entreguei a mamadeira* Bom-dia.

Anika: *Após tomar um banho rápido e me limpar completamente, eu saí do banheiro, retornando ao quarto com a toalha em volta do meu corpo. Antes de começar a juntar as minhas roupas, eu me lembrei de algo; não havia visto Erika sair do clube na noite anterior. Apesar de parecer uma razão pequena para querer falar com ela, eu também sentia uma estranha vontade de saber como ela estava. Sem pensar muito no que diria, eu peguei o celular no bolso do shorts que estava usando antes e telefonei para ela* ...

Erika: *Enquanto andava pela rua, pouquíssimo vívida, ouvi meu telefone, que estava no bolso da saia, vibrar. Ouvindo o primeiro barulho que significava uma tentativa de contato comigo, percebi pela primeira vez o quanto minhas roupas estavam mal-cheirosas. Meus pés também estavam cheios de bolhas. Apesar de tudo, não me encontrava incomodada. Peguei o celular e chequei quem era. Pensava ser David novamente, mas não - era Anika. Hesitei bastante em atender, e só o fiz no oitavo toque* ... Alô. *Não estranhei minha voz rouca, nem conseguia calcular o quanto chorara aquela noite*

Anika: *Ao ouvir a sua voz, eu franzi a testa levemente. Havia notado também a demora que ela havia levado para atender, e o seu tom morto* Erika... Como você está? Ontem a noite eu não percebi quando você foi embora.

Erika: Eu... *Fiquei a fitar para um conjunto de roupas em um manequim na entrada de uma loja popular. Posso dizer que estava "brisando", pois mais nada à minha volta parecia real* ... estou bem. Me preparando para o show do Johann... *Forcei um pouco de entusiasmo*

Anika: ... *Semicerrei os olhos* Onde... você está? Será que eu posso ir até aí? Eu também preciso me arrumar para o show, mas não tenho certeza como.

Erika: ... Não pode. Porque estou longe, e porque... quero fazer uma surpresa a vocês.

Anika: Huh, certo. *Hesitei* Então, te vejo as quatro horas?

Erika: Sim... até às 16h...

Anika: Até mais. *Desliguei o telefone, apreensiva*

Erika: *Desliguei logo depois, e então suspirei. Não estava animada para a tarde daquele dia. Tudo o que eu queria era sumir. Sumir para todos. Virei-me, pensAndo em voltar para casa e encarar David, quando esbarrei em alguém* Me desculpe, não estava prestando atenção... *Ao olhar para o rosto do indivíduo, reconheci-o rapidamente* ... Klein.

Klein: *Mordi o lábio inferior e olhei-a com apreensão* Erika.

Anika: *Suspirei e voltei a pegar as minhas roupas, vestindo-as*

Erika: ... *Me via sentada novamente em um banco de praça, ao lado de Klein, que bebia Coca Cola. Eu havia recusado, por isso não o acompanhara. Aquela situação era extremamente estranha. Não podia ter sido uma coincidência o fato de termos nos encontrado no meio da rua. Era praticamente impossível* Você... me seguiu de algum lugar?

Klein: ... *Dei um gole na minha bebida* Pensaram que ainda estávamos namorando. Me ligaram de madrugada, explicando o estado do seu pai. Eu provavelmente era a única pessoa próxima de vocês dois, e que vive ainda nessa cidade. Eu até ia, mas pensei depois: "Não estamos mais namorando. Ela está com outra pessoa, agora. Então qual é a obrigatoriedade de ir auxiliá-la". Mesmo assim, fiquei cerca de duas horas rondando na frente do hospital, e quando você saiu estava sozinha. Por que? *Olhei para ela pelo canto dos olhos*

Erika: ... Não estou mais com David. *Respondi sem emoção alguma*

Klein: Não estão? Até ontem estavam, não? Os vi juntos durante o festival.

Erika: Ele nunca me amou. Provavelmente fui apenas objeto de diversão... *Desviei o olhar*

Klein: ... *Olhei para o chão e segurei a lata de Coca Cola com as duas mãos* Seu pai...? *Me recusei em dizer a última palavra, e apenas disse metade da frase que já indicava pessimismo*

Erika: ... Sim.

Klein: ... Me desculpe.

Erika: Não tem problema. *Ficamos quietos por longos 5 minutos, e foi Klein quem abriu a boca primeiro após tanto tempo calados*

Klein: Você vai fazer o quê, agora?

Erika: Huh. *Sorri ironicamente. Mesmo que fosse irônico, era o primeiro sorriso que dava em horas* Você acha melhor me drogar ou enforcar? Eu tenho os materiais pra ambos. Talvez me jogar de uma ponte também não seja tão ruim... Eu... só acho que desisti de viver... *Minha sentença foi interropida por um tapa na cara. Fiquei assustada com a ação, e voltei ao mundo real naquele exato momento. Klein me olhava furioso, segurando fortemente nos meus ombros. Seu desespero era tanto que havia derrubado a lata aberta no chão, e seu conteúdo escorria pelo chão*

Klein: CALA A BOCA! O que está dizendo, Erika?! Por que tomaria uma decisão tão irracional?! Te acompanhando por esses últimos meses me fez perceber que você melhorou tanto, não parecia a mesma pessoa de antes, que saía tão facilmente do sério, irritada, fraca! Você está bem mais forte! Por que precisa voltar a ser quem era só por que aquele idiota te abandonou? E seu pai? O que ele fez de bom pra você?! Ele só fez coisas ruins!

Erika: E... Eu não consigo! Eu nunca fui forte! O que me deixou forte foi o David, agora eu não tenho mais ele, tudo o que vivemos juntos, eu e ele, pareceu apenas uma ilusão! Uma mentira! Meu pai pode ter feito coisas erradas, mas era a única pessoa com solução ainda próxima de mim... poderíamos ter feitos as pazes! Ele era meu único parente!! *Senti as lágrimas saírem de meus olhos sem parar, mal conseguia enxergar o rosto de Klein com tantas lágrimas acumuladas nos olhos* Eu não vejo mais motivo pra nada... Eu quero morrer... *Segurei seus braços fortemente, e abaixei a cabeça* Eu quero morrer!

Klein: *Abracei Erika, enquanto ela fazia um escândalo e chorava sem parar. Senti a reciprocidade no ato, e, no momento, pensei que não havia mais nada o que fazer. Erika não podia mais ouvir ou fazer nada. Tudo o que ela precisava era extravasar suas dores, era chorar, ter alguém para abraçar. E eu me ofereci para ser este que a auxiliaria. Porque eu ainda a amava, porque eu sempre a amei, desde criança, e continuaria a amando enquanto visse seu rosto em minha frente. Tudo o que eu queria era que ela pensasse em mim da mesma forma, pois poderia a fazer definitivamente feliz, tendo saído da gangue e daquela vida miserável. Mas eu não podia fazer aquilo, nem que tentasse com todas as forças. Porque o buraco em seu coração era maior do que eu podia reparar. O que ela precisava era de um afeto especial. Um afeto de alguém que verdadeiramente amasse. E eu sabia que aquela pessoa não estava lá. A abracei mais forte e apoiei o rosto em seu ombro, ignorando nossa plateia. Eu só queria que ela chorasse o quanto pudesse, e que toda aquela dor sumisse logo*

Anna: *Após discutir com seu irmão sobre a privacidade e respeito, ela foi com Peter até a casa dele para pegar roupa apropriada e eles resolvem, junto com Emma, passear pela cidade. Essa rotina era boa para melhorar a vida social de Emma e para Anna e Peter ficarem juntos, mesmo com a presença da irmã do namorado.*

~

Max: *Devido à gripe que está dando abertura para pneumonia, ele permaneceu internado em hospital e Kate, no momento, é a sua companheira*

Erika: *Saí do banheiro público após lavar o rosto. Meus olhos ainda estavam levemente inchados, mas eu me sentia bem melhor. Klein me esperava do lado de fora, encostado na parede. Ao me aproximar, puxei de leve a barra de sua blusa, e ele se virou* Eu vou pra casa, então.

Klein: Não precisa que eu a acompanhe?

Erika: *Balancei a cabeça negativamente* Você já fez muita coisa por mim. Me desculpe por fazê-lo se preocupar. *Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha*

Klein: O que fará agora? *Desencostei da parede*

Erika: ... Eu vou comprar passagens de trem pra agora à tarde, e vou partir para a Inglaterra. Não acho que possa ficar pouco mais aqui. Também não pretendo contar a ninguém... Porque tornaria as coisas ainda mais dolorosas. Elas iriam querer saber o que houve, e eu teria também de me despedir... Mas está tudo bem. *Sorri levemente para ele* Você vai ficar aqui em Frankfurt?

Klein: Dentro de uma semana vou sair do país também. Junto dos meus pais. Só estamos fazendo os preparativos para partirmos. *Coloquei uma mão na cintura* ... Irá falar com ele? O David.

Erika: Somente se ele estiver em casa... Caso contrário, não há necessidade. Tanto faz se ele pensar que morri, ou algo do tipo. *Suspirei* Então... eu devo ir. Você ficará bem?

Klein: Sim. *Sorri* Desculpe, queria ter um celular pra te contatar enquanto estivesse viajando, mas eu tive de vender o meu pra ajudar meus pais com o dinheiro.

Erika: Não faz mal. Acho que essa seria a última vez que nos veríamos, de qualquer forma.

Klein: *Era verdade. Ela não tinha qualquer intenção de estar comigo ou qualquer outro cara. Porque muitas foram as feridas que eu e David fizemos no seu coração. Tudo o que ela precisava era de uma pessoa. Que não era nenhum de nós dois, e que não tinha valor romântico para ela. No final das contas, eu havia perdido para seu próprio irmão. Que humilhação... Mas eu sabia que, muito provavelmente, este seria o único capaz de trazer qualquer tipo de felicidade pra ela* Cuide-se, Erika. Não fale com estranhos no meio do caminho.

Erika: Não falarei. *Me desaproximei cada vez mais, andando para trás*

Klein: ... Não faça coisas erradas pela cidade.

Erika: Certo. *Me desaproximei mais*

Klein: Coma direitinho e arranje um emprego.

Erika: Me assegurarei. *Já estava a mais de 8m após aquela sentença dele*

Klein: ... Encontre seu irmão!

Erika: ... Uhum. *Sorri levemente e já estava prestes a virar as costas para ele, quando ouvi seu grito*

Klein: Erika! *Ela pestanejou e desfez o sorriso, olhando para o meu rosto com um olhar sereno. Fechei as mãos em punhos e gritei com vontade* Eu te amo!

Erika: ... *Fiquei assustada, mas era verdade. Desde o início de nossa relação, ele só falava continuamente que me amava. E nunca disse o contrário. Mesmo que eu houvesse o desapontado, bronqueado e evitado... Era uma pessoa gentil. Meu desejo naquele momento, foi de sua maior felicidade. A maior possível. Soltei meu maior sorriso e, timidamente, o respondi* Muito... MUITO OBRIGADA!

Klein: *Feliz por ter extravasado meus sentimentos uma última vez, e ter feito os mesmos alcançarem ela, sorri igualmente e acenei de leve. Ela também acenou e hesitou um pouco antes de virar as costas e seguir pela rua. Era a última vez, mas a melhor última vez de todas. Demorou um pouco para que ela sumisse de minha vista e eu, satisfeito, virasse as costas também*

Anika: *Já estava vestida com as roupas que havia usado no dia anterior e com o papel dobrado dentro do meu bolso. Ao abrir a porta, eu olhei uma última vez para o cômodo em que eu me encontrava, então virei-me e passei a descer as escadas, indo em direção à porta*

Johann: *Já estava no carro, trocado e vestido. Iria até o prédio da gravadora para fechar o contrato antes de ir para o local do show*

Max: *Sofrendo com a dificuldade de respiração* Kate...

Kate: *Se encontrava sentada ao lado dele* Oi?

Max: Quando eu morrer...

Kate: *Deu um pulo como se estivesse sentado em cima do porco-espinho* Max... Não diga uma coisas dessas!

Max: Mas está... cof... meio óbvio, não? Ainda não descobriram a cura...

Kate: Mas vão descobrir logo! *Seus olhos brilhavam de lágrimas, mas ela segurava para não derramá-las. Já sabia que pessoa com Aids morreria com uma gripe mais fácil do que pessoa normal, mas não deixava de preocupá-lo.*

Max: Se você puder fazer o favor para mim... *Aponta para a chave* Vá até a minha casa... e reúna os arquivos dos papéis e documentos no meu notebook... cof... e entrega para o médico. Está anotado nos papéis...

Kate: T-tá... Se você diz, então farei...

Max: O-obrigado! Eram anotações sobre Aids. Já tem esboço de tratamentos mais eficazes do Aids, mas falta por em prática... poderia fazer por mim?

Kate: C-claro... *Segura a mão dele e a beija*

Médico: *Entra na sala* Desculpe interromper, mas preciso fazer mais alguns exames com ele, se a senhorita não se importasse...

Kate: *Hesita um pouco* E-eu... não importo... *Olha para Max* J-já volto. *Aproxima e beija de leve nos lábios dele*

Max: *Ficou surpreso com o selinho, mas não queria retribuir com o mesmo gesto, então apenas acariciou o cabelo dela e afagou o rosto, passando o dedo polegar nos lábios dela* Eu... te amo! Não se esqueça. *Sorri, meio triste*

Kate: *Deixa a lágrima derramar* Eu também te amo! *Acariciou no cabelo dele e afastou* Vou para sua casa de uma vez... *Pela última vez, deu um beijo de longe e soprou em direção a ele e saiu da sala, de cabeça baixa*